Uma técnica recente tem trazido alívio para pacientes que têm sintomas intensos do Parkinson e não estão tendo resposta ao tratamento convencional. Estamos falando do implante de neuroestimulador, colocado no cérebro para gerar estímulos e, assim, aliviar os tremores, rigidez muscular, espasmos e bradicinesia, todos movimentos que são involuntários e incontroláveis pelo paciente.
O neurocirurgião Marcus Valério fez recentemente o procedimento no Hospital Araucária e aponta os principais pontos que levam à indicação cirúrgica. “A cirurgia é indicada em geral para pacientes com menos 70 anos que estão com a doença há mais de 5 anos e com sintomas que não estão sendo mais controlados com os medicamentos. O paciente que operamos, além desses pontos, estava com efeito colateral dos medicamentos, então, não poderíamos mais elevar a dose e com isso os sintomas ficariam ainda mais intensos”, descreve.
Dr. Marcus reforça que a cirurgia não é para curar a doença, até porque o Parkison é uma doença neurodegenerativa progressiva e incurável. “A doença segue progredindo, mas temos os sintomas amenizados com o implante do neuroestimulador, dando mais qualidade de vida ao paciente. Podemos fazer ajustes quando necessários caso haja uma progressão significativa do Parkinson”, acrescenta.
A cirurgia é longa e envolve vários profissionais e estrutura. "O implante é feito após um rigoroso mapeamento cerebral que vai nos guiar ao local exato onde o estímulo deverá ser feito. Utilizamos um gerador de última geração que faz uma leitura da atividade cerebral e proporciona um melhor resultado, o gerador chama-se percept”, explica o neurocirurgião.
01 de Setembro de 2021
Parkinson: quando a cirurgia é uma opção?
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